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Rui Eduardo Paes [2012-...]

Vítor Rua afirma «não existir no nosso país outro crítico musical com a sua qualidade» e Carlos "Zíngaro" considera mesmo que é o único escrevedor português sério a dedicar-se às músicas improvisadas. Outros há que o detestam de forma igualmente peremptória - Nelson Cascais, por exemplo, colocou um til no "a" de Paes (ficando Pães) para o ridicularizar nas redes sociais e as cantoras Sara Serpa e Joana "Eu Até Tenho Amigos Que São" Machado fizeram-lhe bullying público, daquele que recorre ao assassinato de carácter e à infâmia. Em 35 anos de actividade, mal seria se Rui Eduardo Paes suscitasse unanimidades.

Com este são 10 os livros que publicou em seu nome, estando presente em outros seis de autoria colectiva. Pelo caminho tem feito um pouco de tudo o que respeita à música: divulgação (desde há uns anos através da revista jazz.pt, mas antes no Diário de Lisboa, no jornal Blitz, no Independente, no JL e em outras publicações), promoção (primeiro AnAnAnA, depois Clean Feed), programação (na SMUP a solo, em tempos que lá vão dentro da associação Granular), curadoria (Jazz no Parque da Fundação de Serralves), trabalho formativo e didáctico (aulas, conferências, seminários, etc.), tráfico de influências (desde juntar músicos em novos grupos a viabilizar edições discográficas) e a propriamente dita música, com o projecto de "world noise" (?!) Astronauta Desaparecido.

Regra geral a preços de saldo, com pagamentos em atraso ou sem pagamento, porque as músicas (as culturas, as ideias) que lhe interessam não se inserem nas lógicas de mercado e Portugal, no seu capitalismo governado à direita ou à esquerda, gosta de ser mais papista do que o papa.

Rui Eduardo Paes cobre o leque de tendências que vai do avant-jazz à música experimental, passando pelo rock alternativo, a música contemporânea, a new music, a música improvisada e a electrónica. Foi um dos fundadores da Bolsa Ernesto de Sousa, presidida pelo compositor e cineasta Phil Niblock (Experimental Intermedia Foundation). Assessorou a direcção do Serviço ACARTE da Fundação Calouste Gulbenkian e integrou o júri do concurso de apoios sustentados do Instituto das Artes / Ministério da Cultura do quadriénio 2005-2008.


Bibliografia Ruínas : A Música de Arte no final do Século (Hugin, 1996); A Orelha Perdida de Van Gogh (Hugin, 1998); Cyber-Parker (Hugin, 1999); Phonomaton : as novas músicas do início do Séc. XXI (Hugin, 2001); Stravinsky morreu : devoções e utopias da música (Hugin, 2003); Bestiário Ilustríssimo (Chili Com Carne + Thisco; 2012); "a" maiúsculo com círculo à volta (Chili Com Carne + Thisco; 2013); Bestiário Ilustríssimo II : Bala (Chili Com Carne + Thisco; 2015); Evan Parker - X Jazz de André Coelho (prefácio, Chili Com Carne + Thisco; 2015); Anarco-Queer? Queercore! (Chili Com Carne + Thisco; 2016); O Fagote de Shatner e outros contos (c/ prefácio de António Baião, CCC + Thisco; 2019)

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